E finalmente seu bebê acabou de completar 6 meses, vai entrar na Introdução Alimentar, uma nova etapa da vida dele e da sua também, pois será com você que ele conhecerá esse novo mundo de texturas e sabores.
Mas surgem as dúvidas: O que oferecer ou não ao bebê? Como e qual quantidade? Como ficarão as mamadas? E se não quiser comer? Quais os horários? Parece que o bebê nasceu novamente, tudo que você aprendeu em 6 meses, agora não vale mais, não é mesmo?
Vamos lá, a recomendação hoje, consenso via Manual de Alimentação da Infância á Adolescência, 4º edição, ano 2018, Sociedade Brasileira de Pediatria, é que a Introdução Alimentar deve ser iniciada aos 6 meses, o aleitamento deve ser mantido até 2 anos ou mais, ou seja o bebê não deve ser desmamado. Até 1 ano de idade a comida é um complemento e após 1 ano de idade o leite é o complemento e a comida deverá ser a principal refeição.
Isso não quer dizer que o leite materno ou fórmula “perdem valor”, apenas que a partir de 1 ano os bebês já entendem e querem fazer as refeições como seus pais, inclusive, a partir dessa idade a criança deverá ser capaz de comer a comida da família com poucas adaptações como tamanhos, sal, açúcar e gordura.
O leite materno é tão importante que é recomendado até 2 anos ou mais, é um alimento vivo e rico que se modifica atendendo as necessidades da bebê.
No manual diz que a Introdução Alimentar pode ser iniciada entre 4 a 6 meses de idade, ponto controverso, pois, aos 4 meses os bebês ainda não sentam, o intestino ainda está amadurecendo e a língua ainda faz propulsão de empurrar o alimento, em tese o bebê não está pronto, mas tem outros fatores a serem considerados, na maternidade nada é exato, tudo é dinâmico e mutável. Cada bebê e família são únicos.
Um dos fatores, o retorno da mulher ao mercado de trabalho, muitos pediatras verificam que as mães não conseguem mais ter a produção de leite esperada, pois a produção depende justamente da sucção, isso não ocorrerá mais na mesma frequência. Muitas mães ainda conseguem fazer extrair e deixar leite para seus bebês mas outras não conseguem e alguns desses bebês não se adaptam a fórmulas.
Outro fator, bebês com alergias seríssimas, as mães estão amamentando fazem restrição em seu cardápio também, mas o bebê está altamente prejudicado pela alimentação restrita da mãe, não está ganhando peso e nem crescendo como esperado e como cada alimento dado neste caso deve ser repetido 3 dias seguidos para verificação alérgica(recomendação médica), a Introdução Alimentar é muito mais lenta do que a normal. Estes fatores fazem com que os médicos avaliem e autorizem a Introdução antecipada, porém não é recomendado que se inicie antes dos 6 meses sem que tenha indicação médica. Veja aqui se seu bebê apresenta os Sinais de Prondidão.
Antes de tudo, pegue todas as suas expectativas e jogue no lixo. Isso, mesmo!
Aquele pensamento que o bebê vai sair comendo tudo e vai deixar o peito ou mamadeira e vai dormir a noite inteira, jogue fora!
Ah, mas o filho de não sei quem come uma manga e depois come uma cenoura. Também não compare! Cada bebê é único, seu bebê vai aprender a comer no tempo dele e vai ter suas próprias preferências.
Com 6 meses as coisas não ficam fáceis como algumas mães pensam, ficam mais instigantes, cansativas mas, gratificantes quando nosso bebê aprova o cardápio.
Pense como um bebê, empatia é um sentimento muito útil na maternidade. Até o momento da sua vida você só tomou líquido, recebendo os afagos da mãe ou de seus cuidadores, ai, do nada colocam ele numa cadeira, as vezes ainda nem está bem equilibrado, ainda dá uma tombadinha de lado, sentam na sua frente e querem que você abra a boca para “colocarem” uma coisa que você nunca viu na vida que chamam de comida.
Pense que assustador! Você nem sabe para que serve essa “comida”, você não entende porque tem que deixar de mamar para sentar lá, vai chorar ou vai lutar contra lógico, o mamá você conhece, a comida não!
Nessa fase o bebê não vai comer!
Ahn? Como assim? É para ele comer!
Te digo: Não vai comer, vai provar, vai descobrir, vai sentir, cheirar, lamber, jogar fora, amassar, lambuzar, fazer muita sujeira, tudo menos comer!
Pensamento preparado, muito amor no coração e paciência, vamos falar de respeito. O bebê vai ter os horários mais tranquilos para você oferecer a comida. Nunca deixe com fome e também não tente com sono. Bebê irritado não está aberto para novas experiências, aliás nem nós ne?
Portanto, após acordar é um bom horário.
Na primeira semana será uma fruta ou almoço, o pediatra indica qual você deve começar, isso é opcional. Vá analisando a rotina das mamadas e encontrando um intervalo entre elas, é muito importante que você consiga não “pular” dia, por exemplo: Hoje não dei a fruta, amanhã eu dou. Isso não pode acontecer, faz parte do aprendizado do bebê todo dia uma fruta ou almoço. É como se fosse dieta, temos que seguir a risca, se possível anote as frutas ou o que foi no almoço para não haver repetições e para identificar qualquer tipo de reação anormal.
Não existe restrições de frutas. Alguns pediatras pedem para evitar frutas ácidas, azedas ou possíveis alergênicas. Mas, até os dois anos é o momento ideal de provar o máximo possível de frutas. Veja aqui mais sobre Frutas para o bebê.
Não fique somente nas tradicionais: Maça, banana e mamão. Dê abacaxi, limão, abacate, laranja, pera, amora, entre outras.
Opte pelas frutas da região e da estação, pois serão frutas mais saborosas, ricas em nutrientes e com menos uso de agrotóxicos, além de mais baratas também.
A forma de Introdução Alimentar fica opção de cada família e bebê, pode ser feita pelo método tradicional Papinha, pelo BLW (Baby Led Weaning) e Participativa que o bebê utiliza dos dois métodos.
Artigo: Introdução Alimentar por Papinha
Artigo: BLW (Baby Led Weaning) Como fazer?
Artigo: Introdução Alimentar Participativa – Mamãe dá e bebê pega
Leia todos e escolha qual se adequa melhor a sua realidade.
Sucesso e muita paciência na sua nova fase da Missão!
Abraços,
Helen Finger Bregunci
Olá, meu nome é Hélen, sou casada e mãe de duas meninas com 5 anos de diferença. Compartilho aqui minhas experiências e estudos referentes a maternidade sempre usando de empatia e acolhimento. Vem comigo nessa jornada! Leia mais