Estima-se que 2% dos bebês apresentarão alergias alimentares (ASBAI, 2016), sendo a Alergia a Proteína do Leite de Vaca (APLV) a mais comum. A boa notícia é que boa parte das alergias alimentares apresentadas na infância não seguem até a vida adulta, cerca de 60 a 80% dessas crianças desenvolverão tolerância até 2 anos de idade.
Já Intolerância Alimentar é mais comum se manifestar na vida adulta e esta não tem cura, seguirá por toda vida. As crianças também podem apresentar Intolerância a Lactose, mas não é tão comum.
O comum é a confusão entre Intolerância a Lactose com Alergia a Proteína Leite de Vaca (APLV). Existe diferença entre ter APLV e ser Intolerante Lactose. As manifestações no nosso organismo e restrições dietéticas são completamente diferentes. E é possível ter APLV e ser Intolerante a Lactose.
O Leite de Vaca, assim como o leite de outros mamíferos inclusive o nosso Leite Materno, tem na sua composição: Proteínas, Lipídeos, Minerais, Ferro e Zinco, Vitaminas, Prebióticos, Probióticos e Água. O Leite Materno ainda tem HMO(Oligossacarídeos do leite humano) que promovem a função imunológica saudável via modulação da microbiota e Hormônios benéficos para o bebê.
A lactose que é o açúcar do leite e está presente em todos os leites de origem animal. Ou seja, o Leite Materno também tem Lactose. A proporção de Lactose no leite materno humano é superior ao leite de vaca. Por isso a incidência da Intolerância a Lactose entre as crianças é pequena. Caso o bebê apresente intolerância a lactose, já será manifestada ainda na maternidade nas primeiras mamadas.
Cada Leite é feito para atender as necessidades de sua espécie. O Leite de Vaca em comparação ao leite Materno Humano é mais rico em proteínas. Um litro de Leite de Vaca tem cerca de 33g de Proteínas enquanto o Leite Materno possui 14g. Sendo que a Caseína ocupa 82% desse total de proteína do leite de vaca. E justamente esse excesso que faz com o leite de vaca não seja tão bem digerido pelo bebê quanto o leite materno. Por isso, a recomendação de oferecer Fórmula Infantil na ausência da mãe ou na impossibilidade da amamentação.
A alergia é um erro do nosso sistema imune. Esse erro pode ocorrer em qualquer momento da vida tanto para alimentos quanto agentes externos como: Poeira, Produtos de Higiene e Limpeza, Insetos, Pelos de Animais, Pólen e etc.
Nesse erro o sistema imune entende que algo bom como a proteína do Leite do leite de vaca, por exemplo, é perigoso e entra em ação para nos defender. Mas, exagera tanto nessa defesa que acaba provocando um colapso no sistema, onde ocorrem as reações alérgicas.
Mediada por IgE
Mista
Não Mediana por IgE
A reação alérgica pode ser apresentar no primeiro ano de vida do bebê e a costuma ir reduzindo até a segunda década de vida. Se o paciente for bem orientado.
Alérgicos ao leite devem evitar TODOS os alimentos que contenham as proteínas do leite.
Então, ter no produto a informação: “não contém lactose” não garante ser livre da proteína do leite.
É necessário verificar junto ao fabricante se no produto pode conter a proteína do leite, em alguns casos é necessário verificar inclusive pequenas partículas que são os “traços” oriundos de compartilhamento de máquinas ou armazenagem.
Quando o bebê apresenta reações alérgicas ao leite de vaca ou qualquer outro alimento devemos buscar atendimento médico. As especialidades que tratam as alergias alimentares são: Alergista, Imunologista ou outro profissional médico com especialização na área.
A intolerância a Lactose diferente de alergia alimentar a proteína do leite tem seu inicio da “reação” no intestino. É uma falha fisiológica e não do sistema imune. A reação se dá correspondente a um alimento ou alimentos/medicamentos que contém esse alimento e pequenas quantidades podem ser toleradas sem risco fatal ao Intolerante.
Lembrando que a Lactose é o açúcar do leite. O intolerante a Lactose tem dificuldade na quebra desse açúcar por deficiência de Lactase.
A Lactase está presente no nosso organismo e tem como função quebrar a Lactose em dois outros tipos de açúcar: glicose e galactose que são absorvidos pela parede intestinal e vão para corrente sanguinea.
Quando a Lactase é deficiente no organismo ou quantidade de Lactose é superior ao que este organismo consegue processar, a Lactose não é quebrada e vai se acumulando.
O Instestino Delgado drena o líquido para eliminar esse acúmulo gerando uma diarréia líquida, em seguida chega ao intestino grosso onde as bactérias começarão a fermentar a lactose provocando assim gases (flatulências), dores abdominais e abdômen distendido.
Porém, outros sintomas podem aparecer em Intolerantes a Lactose, como: Enxaqueca, náuses, baixo ganho de peso, prisão de ventre e disturbios neurológicos.
O paciente pode ingerir alimentos que contenham proteínas do leite, mas com quantidades REDUZIDAS de LACTOSE e permanecerá com a intolerância até o final da vida. A especialidade que trata da intolerância à lactose é a Gastroenterologia.
Existem testes genéticos para verificar a tendência a ter um dia na vida Intolerância a Lactose, mas não é uma sentença já que outras questões ambientais externas podem contribuir para as tolerâncias como hábitos de alimentação saudáveis com redução de alimentos industrializados e o bom funcionamento do intestino.
Está preocupada? Seu bebê apresentou alguma alergia? Entendo, minha filha é alérgica a ovo e preparei um artigo para ajudar na Introdução Alimentar, confira aqui: Introdução Alimentar e a Alergia Alimentar e confira no Menu>Receitas lá tem Receitinhas Sem Leite também.
Dica: Busque apoio de outras mães, juntas somos mais fortes já que as dificuldades são as mesmas. Você vai conseguir acredite em você!
Boa Missão Materna para você!
Abraços,
Helen Finger Bregunci
Fontes: Manual de Orientação Nutricional na Alergia Alimentar, Ed. Rubio, Anne Porto Dalla Costa, Heloísa Helena C Carvalho e Zilda de Alburque Santos./ Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2018 - Parte 1 - Etiopatogenia, clínica e diagnóstico. Documento conjunto elaborado pela Sociedade Brasileira de Pediatria e Associação Brasileira de Alergia e Imunologia./ Manual de Alimentação da Infância à Adolencência, 4ª Edição Revisada e Ampliada, Sociedade Brasileira de Pediatria, 2018./Manual MDS da Família, acessado em: 14/06/2021(https://www.msdmanuals.com)
Olá, meu nome é Hélen, sou casada e mãe de duas meninas com 5 anos de diferença. Compartilho aqui minhas experiências e estudos referentes a maternidade sempre usando de empatia e acolhimento. Vem comigo nessa jornada! Leia mais